quinta-feira, 5 de julho de 2012

Síndrome de Rett



A Síndrome de Rett é uma doença neurológica provocada por uma mutação genética que atinge, na maioria dos casos, crianças do sexo feminino. Caracteriza-se pela perda progressiva de funções neurológicas e motoras após meses de desenvolvimento aparentemente normal - em geral, até os 18 meses de vida. Após esse período, as habilidades de fala, capacidade de andar e o controle do uso das mãos começam a regredir, sendo substituídos por movimentos estereotipados, involuntários ou repetitivos. Palavras aprendidas também são esquecidas, levando a uma crescente interrupção do contato social. A comunicação para essas meninas gradativamente se dá apenas pelo olhar.

É comum que a criança com Síndrome de Rett fique "molinha" e apresente desaceleração do crescimento. Distúrbios respiratórios e do sono também são comuns, especialmente entre os 2 e os 4 anos de idade. A partir dos 10 anos, o aparecimento de escolioses e de rigidez muscular fazem com que muitas crianças percam totalmente a mobilidade. Isso, associado a quadros mais ou menos graves de deficiência intelectual.

A Síndrome de Rett é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e uma das principais causas de deficiência múltipla em meninas.
  
Sintomas

O diagnóstico da síndrome de Rett é baseado na avaliação clínica da paciente e deve ser feito por um profissional habilitado para tal, como neurologistas e pediatras.
Este diagnóstico é feito com base nos critérios diagnósticos estabelecidos, que consistem em:
  • Critérios necessários (presentes em todas as pacientes).
    • desenvolvimento pré-natal (antes do nascimento) e perinatal (pouco tempo depois de nascer) aparentemente normal;
    • desenvolvimento psicomotor normal até os 6 meses de idade;
    • perímetro cefálico (circunferência da cabeça) normal ao nascimento;
    • desaceleração do perímetro cefálico após 6 meses de idade;
    • perda do uso propositado das mãos;
    • movimentos manuais estereotipados (torcer, apertar, agitar, esfregar, bater palmas, "lavar as mãos" ou levá-las à boca);
    • afastamento do convívio social, perda de palavras aprendidas, prejuízos na compreensão, raciocínio e comunicação.
  • Critérios de suporte (presentes em algumas pacientes):
    • distúrbios respiratórios em vigília (hiperventilação, apneia, expulsão forçada de ar e saliva, aerofagia);
    • bruxismo (ranger os dentes);
    • distúrbios do sono;
    • tônus muscular anormal;
    • distúrbios vasomotores periféricos (pés e mãos frios ou cianóticos);
    • cifose/escoliose progressiva;
    • retardo no crescimento;
    • pés e mãos pequenos e finos.
  • Critérios de exclusão (ausentes nas pacientes):
    • órgãos aumentados (organomegalia) ou outro sinal de doenças de depósito;
    • retinopatia, atrofia óptica e catarata;
    • evidência de dano cerebral antes ou após o nascimento;
    • presença de doença metabólica ou outra doença neurológica progressiva;
    • doença neurológica resultante de infecção grave ou trauma craniano.

 
Estados evolutivos clínicos


1ª fase
*       Inicio: de 6 a 18 meses.
*      Duração: meses.
*      Atraso do desenvolvimento psicomotor e do crescimento cefálico.
*      Diminuição do interesse para o jogo.

 2ª fase

*      Inicio: de 1 a 3 anos.
*      Duração: desde algumas semanas para meses.
*      Fase de regressão rápida, deterioramento do comportamento, com perda do uso voluntário das mãos, e o aparecimento de estereotipos.
*      Crises convulsivas.
*      Manifestações autistas e perda do idioma.
*      Comportamento Autoestimulante, insónia e motricidade desajeitada

3ª fase
*      Inicio: de 2 a 10 anos.
*      Duração: De meses para anos.
*      Fase de Estabilização Aparente.
*      Atraso mental severo.
*      Regressão das características autistas, com uma melhoria do contacto.
*      Crises convulsivas.
*      Características manuais estereotipadas: lavar de os.
*      Espasticidade, ataxia apraxia.
*      Disfunções respiratórias.

4ª fase
*      Inicio: Depois dos 10 anos.
*      Duração: anos, décadas.
*      Deterioração motora tardia.
*      Perda da capacidade motora.
*      Escolioses, atrofias musculares, rigidez.
*      Síndrome piramidal e extrapiramidal marcados.
*      Redução da velocidade de crescimento com ausência de idioma.
*      Melhora do contacto visual.
*      Crises convulsivas menos severas.
*      Alterações tróficas.
 
 
 
 

Fonte:http://revistaescola.abril.com.brhttp://www.bengalalegal.com

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